Pós-Graduação
História Social do Brasil no século XIX
Discussão das novas abordagens sobre a construção do Estado Nacional, cidadania e participação política e a constituição do “povo” no Brasil imperial. Reflexão sobre metodologias de pesquisa e o uso de fontes históricas.
Trabalho e Cidadania, séculos XIX e XX
Escravidão e liberdade na era moderna; abolicionismo num contexto atlântico; trabalho e cidadania no pós-abolição nas Américas; trabalho escravo e outras formas de trabalho compulsório na África; hierarquias sociais no contexto do colonialismo; trabalho livre, trabalho compulsório e cidadania no século XX. Disciplina formulada com Patrícia Santos Schermann.
Cidadania de africanos e afrodescendentes no Brasil e no Atlântico
(disciplina oferecida com Maria Helena Machado, na USP em 2014.1)
O século XIX foi marcado pela construção dos Estados Nacionais nos países recém-independentes das Américas. Assim como a construção do Estado moderno na Europa, o processo envolveu a centralização do poder, a codificação de normas legais, a demarcação de fronteiras nacionais, a definição da cidadania e a padronização de nomes, das línguas nacionais e das medidas. Tanto os Estados europeus quanto os americanos lidavam com populações heterogêneas, mas apenas nas Américas os construtores dos Estados nacionais tiveram o desafio de acomodar a cidadania liberal com a manutenção da escravidão. Em sua primeira parte, o curso aborda o tema do lugar dos africanos e afrodescendentes no quadro da cidadania das nações escravistas e pós-escravistas do Atlântico e as maneiras como as formas de registro modernas foram aplicadas sobre essa população.
Na segunda parte, o curso traz à discussão como os ecos de tais formas de controle engendradas pelo Estado podem ser encontradas em outras formulações discursivas. Além da implementação de ferramentas estatais de controle e identificação da população, as sociedades nacionais escravistas produziram séries de discursos os quais buscavam responder aos limites inerentes à inserção dos africanos e seus descendentes na fruição da cidadania, conforme ela era concebida no século XIX. É interesse do curso refletir como tais mecanismos de controle foram vistos, entendidos, rejeitados ou utilizados de maneira própria por aqueles que foram objeto de tais políticas e discursos. Assim, o curso busca também abrir uma janela para que se possa analisar como as políticas e discursos de inserção/exclusão foram recepcionadas e criativamente recriadas pelos africanos e seus descendentes nos contextos mencionados.
História Global do Trabalho – Dependência, Trabalho e Direito nos Impérios Ibéricos (2020.2)
(Disciplina oferecida com Mariana Armond Dias Paes, do Max Planck Institute for European Legal History)
A disciplina tem como objetivo introduzir os alunos aos debates historiográficos mais
recentes sobre escravidão, relações de dependência e trabalho compulsório no Atlântico Ibérico (Brasil,
América Latina e África), entre o século XVI e início do século XX. A partir das leituras, serão discutidos
tópicos como classificações das pessoas, diversos arranjos de trabalho, constituição e perpetuação de
relações de dependência, significados sociais e econômicos do “poder sobre pessoas”. Em seguida, será
debatido o tema do acesso a justiça e como os contornos jurídicos da escravidão, das relações de
dependência e dos diversos arranjos de trabalho, inclusive compulsório, foram definidos no cotidiano dos
tribunais do Atlântico Ibérico. Por fim, as leituras abordarão a precariedade da liberdade, as práticas de
escravização ilegal e as implicações que a ascensão dos estados nacionais, dos sistemas jurídicos
constitucionais-liberais e do capitalismo tiveram na configuração das relações de trabalho e dependência e
do horizonte de expectativas dos trabalhadores e dependentes.
Geografias da abolição, arquivos da campanha abolicionista
Disciplina oferecida no PPG em História Social da USP com Profa. Iris Kantor, em 2020
O curso objetiva fazer um balanço crítico da campanha de abolição do tráfico de escravos nas sociedades escravistas do Novo Mundo, nos portos negreiros africanos e nos entrepostos europeus. Um dos objetivos será discutir a importância dos arquivos e das tipologias documentais na construção da memória histórica do abolicionismo. Assim, o curso propõe uma investigação teórica e metodológica sobre as potencialidades das fontes documentais recolhidas pelos diferentes atores e instituições no processo de reconfiguração das redes que estruturavam o colonialismo oitocentista.
Abolicionismo, direitos humanos e cidadania
Programa de Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas, 2023.2
Balanço crítico da história do abolicionismo atlântico entre os séculos XVII e XX, considerando as reflexões acerca do constitucionalismo no século XIX, da emergência do conceito de direitos humanos e da continuação do trabalho forçado no século XX. Contraste entre narrativas historiográficas eurocêntricas e a perspectiva do abolicionismo negro. Investigação teórica e metodológica sobre a potencialidade das fontes documentais recolhidas pelos diferentes atores e instituições no processo de reconfiguração das redes que estruturavam o colonialismo oitocentista.