Projetos de Extensão
Santa Afro Catarina: Educação Patrimonial sobre a Presença de Africanos e Afrodescendentes em Santa Catarina
Um desdobramento do projeto “Africanos no Sul do Brasil”, esse projeto visa levar ao público geral a temática da presença africana em Santa Catarina por meio de roteiros históricos que incorporam memórias e histórias que foram silenciadas na construção da identidade local hegemônica, a européia. O projeto previu a publicação da coletânea História Diversa: Africanos e Afro-Descendentes na Ilha de Santa Catarina, a criação de um website com um banco de documentos, mapa e roteiros temáticos e a capacitação de universitários na área de patrimônio. Prevê agora a oferta de oficinas para professores.
Visitas guiadas como “A Desterro dos Escravos e Libertos” foram oferecidas a alunos de graduação da UFSC e professores da rede municipal desde 2007. O projeto ganhou mídia (ver matéria no Diário Catarinense em junho de 2010, aqui) e em 2011 iniciou a elaboração de roteiros temáticos por alunos da disciplina HST 7018 – Laboratório de Ensino em História Social do Trabalho e da Cultura e por bolsistas de extensão: “Viver de Quitandas”, “Armação baleeira e engenhos no Ribeirão”, “Devoção ao Rosário e Festas de Africanos” e “A Desterro de Cruz e Sousa”. De 2011 a 2015 os bolsistas do projeto ofereceram visitas guiadas para grupos da comunidade, regulares e agendadas. O projeto integra um programa de educação patrimonial, co-coordenado pela professora Andréa Ferreira Delgado (Departamento de Metodologia de Ensino/UFSC) desenvolvido nas Escolas Municipais Dilma Lúcia dos Santos (Armação) e Paulo Fontes (Santo Antônio de Lisboa).
Veja o site do projeto: Santa Afro Catarina
Inventário dos Lugares de Memória da Presença Africana em Santa Catarina
O Inventário dos Lugares de Memória da Presença Africana em Santa Catarina reúne locais de trabalho, de culto, sedes de sociedades recreativas, de associações de trabalhadores e outros lugares associados à história de africanos e afrodescendentes que viveram em Santa Catarina entre os séculos XVIII e XX. Armações baleeiras do período colonial, engenhos de farinha e de açúcar, alambiques e fazendas de pecuária do litoral e do planalto dos séculos XVIII e XIX foram locais de trabalho de africanos e afrodescendentes tanto escravizados quanto libertos. Em comunidades esses homens e mulheres formaram irmandades, clubes e integraramassociações de trabalhadores através dos quais reforçaram laços étnicos e reivindicaram direitos, na escravidão e na liberdade. Muitos desses locais ainda existem. E mesmo quando as construções não estão mais lá, os locais foram incluídos no inventário com base em documentação. Não são lugares de memória no mesmo sentido atribuído por Pierre Nora para os lugares de memória na França, visto que a memória coletiva ainda não incorporou os africanos e afrodescendentes como sujeitos da história de Santa Catarina e, assim, não reconheceu seu patrimônio como patrimônio de todos os catarinenses. Inventariar os lugares de memória dos africanos e afrodescendentes é reconhecer que travaram, e ainda travam, lutas por cidadania plena – direito à liberdade, à mobilidade espacial sem restrição, à remuneração justa, ao tratamento digno, o repúdio aos castigos fĩsicos e à discriminação racial – e defender uma sociedade justa, igualitária e democrática.
Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional
Iniciativa tomada com José Augusto Leandro (História/UEPG), Regina Xavier (História, UFRGS), Lúcia Helena Oliveira Silva (História, UNESP-Assis) e Eduardo Spiller Pena (então na Tuiuti do Paraná) de reunir pesquisadores sobre escravidão e liberdade no sul do Brasil já resultou em onze encontros e se consolidou como um dos espaços privilegiados divulgação e debate das pesquisas recentes, dos projetos de documentação e também de integração de alunos de graduação e pós-graduação à área.
Desde o I Encontro, realizado em Castro, PR, em 2003, tivemos a preocupação de abrir espaço para a discussão das experiências de ensino, com mini-cursos e participação de professores da rede pública. Desde então os “encontros de Castro” vêm mantendo regularidade, com reuniões bi-anuais alternando entre os estados da região sul. Publicamos cadernos de resumos e anais desde o II Encontro. Ver site do Grupo de Pesquisa “A experiência dos africanos e seus descendentes no Brasil” (aqui) para ter acesso aos Anais eletrônicos.